segunda-feira, 31 de março de 1980

Inauguração das grandes reformas por que passou aquele secular templo

A Tribuna - 31/03/1925 ( Foi colocada no ano errado porque o blogspot não estava aceitou a data verdadeira)
(ortografia autorizada nesta transcrição)
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Conforme noticiamos, serão inauguradas, amanhã, com a presença das autoridades locais, associações e irmandades religiosas, pessoas gradas e representantes da imprensa, as grandes reformas por que passou o secular convento de Nossa S. do Carmo.
Para a inauguração das importantes obras, o virtuoso prior do convento, rei Alexandre Reindera, organizou o seguinte programa:

Primeira parte



Orquestra - Hino Pontifício - pela banda do Corpo de Bombeiros
Abertura da sessão solene, pelo revmo. prior, frei Alexandre Reindera
Discurso do orador oficial, dr. João Carvalhal Filho.
Orquestra.
Esboço histórico sobre o convento do Carmo de Santos, pelo revmo. frei Maurício Lans, procurador.
Orquestra.
(Intervalo por 1/2 hora)




Segunda parte



Orquestra
Canção do carreiro, canto caipira, pelo sr. João Gregório.
Orquestra.
Monólogo, pelo sr. Eneas Barros Godoy.
Orquestra.
Comédia em 1 ato O filho adotivo, por um grupo de sócios da Liga de S. Alberto, de São Paulo.
Come le rose, canto, pelo sr. João Gregório.
L'Orfanello (romanza), pelo sr. João Gregório.
João Bananista (canto), pelo sr. João Gregório.
Hino Pontifício, pela banda do Corpo de Bombeiros.


Abrilhantará a festa a banda do Corpo Municipal de Bombeiros, gentilmente cedida pelo exmo. sr. vice-prefeito municipal, em exercício.
Descrição do Convento de Nossa S. do Carmo - À sua frente para a Praça Barão do Rio Branco, ergue-se a majestosa igreja, cuja arquitetura interior e seus altares revelam a verdadeira arte dos nossos antepassados. Ao lado esquerdo vemos o majestoso e imponente Panteão dos Andradas, erigido, em 1924, pela nossa Municipalidade, no lugar onde antigamente se achava a porta principal de entrada para o convento.
A sua fachada principal ainda conserva o estilo colonial, segundo os desejos do dr. Epitácio Pessoa, então presidente da República, por ocasião de sua aprovação ao projeto de ereção do Panteão, não obstante terem sido feitos diversos pequenos reparos.
Ao entrar pela porta principal, deparamos com o primeiro claustro, em cujo centro se ergue um rico cruzeiro comemorativo á data da reforma; mais além está o Consistório da Confraria de N. S. da Boa Morte e, a seguir, um corredor que dá acesso ao segundo claustro, onde vemos a Sacristia e confortáveis quartos para empregados.
Ginásio de N. S. do Carmo - Esta benemérita obra, fundada pelos frades carmelitas em 1917, acha-se confortavelmente instalada, obedecendo a todos os preceitos da higiene, e sob a direção do revmo. frei Alexandre Reinders, superior do convento, auxiliado por competentes professores normalistas.
Este Ginásio, pela maneira acanhada com que estava instalado, também sofreu rigorosa reforma, pois só comportava 150 alunos nas suas quatro modestas salas.
Agora, vemo-lo completamente reformado, aumentado o número de aulas para 9 classes e comportando 400 alunos, além do espaçoso salão de atos, com 38 metros de comprimento.
Primeiro claustro do andar superior - Vemos, além dos arcos e abóbadas, que revelam a arte arquitetônica do competente frade beneditino, d. Anselmo Werner, espaçosas celas e salas, numa das quais figura a sala onde deverá ser hospedado o bispo de Santos, caprichosamente mobiliada.
A seguir, passamos ao
Segundo claustro do andar superior - Neste claustro, um pouco maior do que o primeiro, acha-se completamente Independente, em uma ampla sala, o consistório da Irmandade do S. Bom Jesus dos Passos, magnífica e caprichosamente instalado, celas, copa, cozinha, salão de jantar, biblioteca, sala da procuradoria, sala do arquivo, onde se encontram verdadeiras preciosidades históricas de nossa Pátria, como sejam autógrafos de Braz e Pedro Cubas, provisão de nomeação de Martim Afonso de Souza, donatário da Capitania de S. Vicente, e muitos outros dados históricos sobre a Capitania de São Vicente e fundação de Santos, e uma riquíssima biblioteca histórica de livros raros, sob a inteligente direção do revmo. frei Maurício Lans, procurador do mesmo convento.
O convento foi fundado por Braz Cubas, em 1589. Foi reedificado em 1754, data inscrita na fachada do edifício.
A comunidade atual é composta de 3 frades e 1 irmão leigo: frei Alexandre Reinders, prior, frei Antonio Wessing, frei Maurício Lans, procurador, e frei Libuíno Kunder, sacristão.
É atual provincial frei Cyrillo Thenes.