Texto escrito (e posteriormente revisado) em vinte e dois de julho
de 2017. Sessão XVIII. Capítulo VI. Artigo II.
A Santíssima Virgem e seus
escravos de Amor, engenhosamente narrada pela Bíblia na pessoa de Jacó,
revela em parte o amor de Deus e o enigma de Israel. "Jacob dilexi, Esau autem odio habui";
"Amei Jacó, porém aborreci Esaú". Conforme Paulo em Romanos, por mais
de quarenta vezes, é expresso o termo grego "dicayosine",
"dikaioo". Por meio desta recapitulação investigativa, demonstra-se
que a reabilitação não se manifesta pelo Direito, mas porque em Deus há
fidelidade. A herança de Israel é a sua porção reciprocamente consagrada a Ela.
Portanto, a Virgem Clemente em toda a sua sede de sabedoria ama quem a ama.
Maria, sempre Maria. Zela por seu filho, Jesus Cristo, tanto quanto a si mesma.
"Ipsa procurat negotia
nostra", diz um santo, que ela própria gerencia nossos
interesses, segundo São Luís-Maria Grignion de Montfort. Um e outro cabrito, conduzidos
por Rebeca que diz "Segue meus conselhos", são corpo e alma. Nas
dignas mãos de Rebeca, faz-se um guisado agradável a Deus, porque ela ama a
Deus que nos ama e amou-nos primeiro conforme a divina promessa redentora.
Rebeca sustenta com seu silêncio, por isto é tesoureira e a dispensadora dos
dons e glórias do Altíssimo. Tal sustento estabelece-se e está eternamente
estabelecido nas Sagradas Escrituras. Pontualmente em Eclesiástico, há a melhor
representação da Lei, compreendida como revelação de Deus, sob o nome da
Sabedoria, e em Isaías. Zacarias diz que eles permanecem fortalecidos com o pão
vivo, são inebriados com o vinho que gera as virgens (Zc 9,17). De fato, Rebeca
conduz Jacó para que ele receba sua benção e esteja protegido de Esaú. "Ipsa tenente, non corruis".
Palavras do santo Bernardo: "Se ela segura, não cais por terra". A
Santíssima Virgem, boa Mãe e poderosa Princesa dos Céus despacha a qualquer de
seus servidores milhões de anjos e até mesmo batalhões celestes. Tratando-se
então de um fiel servidor de Maria, despacharia até o cêntuplo. Maria diz que o
perfume de um filho seu é semelhante odor ao do campo cheio que o Senhor
abençoou (Gn 27,27). Precisamente, entenda este perfume não igual ao perfume da
bela flor de Mágdala ou qualquer flor que seja, e sim o perfume das virtudes e
dos méritos de Maria. Isaías diz que o filho perfumado com o bom odor de Maria
é bem-vindo junto a Jesus Cristo, Pai dos tempos que virão (Is 9,6). De fato,
"In plenitudine sanctos
detinet", sacramenta o presente texto: "ela conserva os
santos em sua plenitude durante toda a eternidade". Pelos séculos dos
séculos, amém.
Paz de Cristo e bençãos de Maria,
Alexandre Almeida da Costa Lucas