segunda-feira, 24 de julho de 2017

O TRATADO - CAPÍTULO VI, ARTIGO II


Texto escrito (e posteriormente revisado) em vinte e dois de julho de 2017. Sessão XVIII. Capítulo VI. Artigo II.
 

A Santíssima Virgem e seus escravos de Amor, engenhosamente narrada pela Bíblia na pessoa de Jacó, revela em parte o amor de Deus e o enigma de Israel. "Jacob dilexi, Esau autem odio habui"; "Amei Jacó, porém aborreci Esaú". Conforme Paulo em Romanos, por mais de quarenta vezes, é expresso o termo grego "dicayosine", "dikaioo". Por meio desta recapitulação investigativa, demonstra-se que a reabilitação não se manifesta pelo Direito, mas porque em Deus há fidelidade. A herança de Israel é a sua porção reciprocamente consagrada a Ela. Portanto, a Virgem Clemente em toda a sua sede de sabedoria ama quem a ama. Maria, sempre Maria. Zela por seu filho, Jesus Cristo, tanto quanto a si mesma. "Ipsa procurat negotia nostra", diz um santo, que ela própria gerencia nossos interesses, segundo São Luís-Maria Grignion de Montfort. Um e outro cabrito, conduzidos por Rebeca que diz "Segue meus conselhos", são corpo e alma. Nas dignas mãos de Rebeca, faz-se um guisado agradável a Deus, porque ela ama a Deus que nos ama e amou-nos primeiro conforme a divina promessa redentora. Rebeca sustenta com seu silêncio, por isto é tesoureira e a dispensadora dos dons e glórias do Altíssimo. Tal sustento estabelece-se e está eternamente estabelecido nas Sagradas Escrituras. Pontualmente em Eclesiástico, há a melhor representação da Lei, compreendida como revelação de Deus, sob o nome da Sabedoria, e em Isaías. Zacarias diz que eles permanecem fortalecidos com o pão vivo, são inebriados com o vinho que gera as virgens (Zc 9,17). De fato, Rebeca conduz Jacó para que ele receba sua benção e esteja protegido de Esaú. "Ipsa tenente, non corruis". Palavras do santo Bernardo: "Se ela segura, não cais por terra". A Santíssima Virgem, boa Mãe e poderosa Princesa dos Céus despacha a qualquer de seus servidores milhões de anjos e até mesmo batalhões celestes. Tratando-se então de um fiel servidor de Maria, despacharia até o cêntuplo. Maria diz que o perfume de um filho seu é semelhante odor ao do campo cheio que o Senhor abençoou (Gn 27,27). Precisamente, entenda este perfume não igual ao perfume da bela flor de Mágdala ou qualquer flor que seja, e sim o perfume das virtudes e dos méritos de Maria. Isaías diz que o filho perfumado com o bom odor de Maria é bem-vindo junto a Jesus Cristo, Pai dos tempos que virão (Is 9,6). De fato, "In plenitudine sanctos detinet", sacramenta o presente texto: "ela conserva os santos em sua plenitude durante toda a eternidade". Pelos séculos dos séculos, amém.

Paz de Cristo e bençãos de Maria,

Alexandre Almeida da Costa Lucas